quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Histórias da vida real * Serrat y Sabina - Sevilha, 11 de setembro de 2012


Neste preciso momento em que começo a escrever, mais coisa menos coisa, em Barcelona, começa um novo espectáculo da digressão espanhola destes dois monstros da música. Dentro de algumas horas, o Youtube estará inundado de imagens de mais um concerto inesquecível destes dois corvos que me arrancaram a mim e ao Pedro de Lisboa a meio da semana, improvisando soluções de asilo temporário para as crianças, para galgarmos num ápice os quatrocentos e cinquenta quilómetros que nos separam de Sevilha e assistir ao concerto dos senhores Serrat y Sabina. Nenhum de nós dá por mal gasto o tempo nem o dinheiro. Além de termos sido recebidos por Sevilha no seu melhor, o majestoso espectáculo, a poesia eloquente dos dois anfitriões e o desempenho poderoso da Orquestra do Titanic não desmereceram em nada o esforço feito para chegar lá. O concerto começou bem, acabou melhor e eu, mesmo sabendo que estes espectáculos se repetirão vezes sem conta até ao fim do ano em diferentes partes do mundo, não deixo de ter a sensação, como me dizia o Pedro no final, de ter “assistido a uma coisa única”. Não obstante o virtuosismo musical e a belíssima poesia de que pudemos desfrutar, arrisco a dizer que o segredo talvez esteja nesse casamento perfeito que é o de Joan Manuel Serrat e de Joaquín Sabina, nessa cumplicidade que os une e que transparece em palco, contagiando-nos a todos e fazendo­‑nos sentir quase como se fizéssemos parte da mesma aliança. Eu, que não sou propriamente ingénua em matéria de concertos, considero-o um dos melhores a que assisti na vida e não me canso de ver repetidamente as imagens com que almas caridosas têm vindo a alimentar o Youtube desde terça à noite. Excepcionalmente, a todos esses piratas do áudio e do visual, os meus agradecimentos por me ajudarem a perpetuar uma deliciosa recordação. Para quem tiver ficado curioso, é só procurar pela imprensa espanhola porque são mais que muitos os artigos (e os elogios!) que ficam na esteira do voo destes pajaros. Pela minha parte, não tenho mais nada a acrescentar a não ser que todo o concerto é, além do mais, o desmentido cabal da declaração inicial de Sabina: “No somos así tan amigos”. E fico com a sensação de que melhor que ver dois grandes artistas em palco, só mesmo ver dois grandes amigos em palco.
Até sempre!
 
    
O rosto feliz da Escrita(s) em dia antes do início do concerto. Do fim, não temos fotografias porque não havia mãos que chegassem para aplaudir tanto talento. Ora vejam lá se percebem porquê... http://www.youtube.com/watch?v=S3CJfUrZ3ic
 
 
 

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